jueves, 26 de marzo de 2015

Precisa ser violênta a polícia?

Você já viu uma abordagem policial "padrão filme" a um motoqueiro? Eu vi uma.

Há um dias presenciei uma abordagem policial numas das Avenidas da cidade, certamente foi algo rápido, e os policiais não tentaram criar um espetáculo com o acontecimento, mas fizeram.

A viatura estava na frente do nosso carro, e imediatamente pararam o veiculo para deter um motoqueiro, os dois policiais que saíram já estavam com arma na mão, e apontaram o rapaz, levando-o para a parede mais próxima.

Habilitaram a avenida, e seguimos o percurso sem olhar para atrás.

Foto representativa

Meu pai me falou uma vez da importância de portar uma arma com segurança, para ele a chave era não sair do carro com a arma na mão porque a possibilidade de ela "escorregar" e dar um tiro não intencionado são grandes. E se atingir alguém?

E isso ele me contou num dia em que a polícia da minha cidade nos abordou como bandidos, pelo fato de termos, naquela época, um carro importado!

Aquele policial que teve a grande "ideia" de querer subornar meu pai por causa do carro levou uma lição de manipulação de armas, e de como abordar um carro que não está infringindo a lei!

Uso desnecessário da força

Eu não vou defender o motoqueiro, ele poderia ser um traficante, um ladrão, ou simplesmente uma pessoa que foi confundida por outro. Mas, dai a sair duas pessoas armadas, no meio de uma avenida movimentada, numa hora da noite em que crianças poderiam estar nos carros, pode ser absolutamente desnecessário. Sabe quantas pessoas inocentes poderiam ter sido impactadas por uma bala nessa hora?

Creio que devemos pensar sobre a ação da polícia, nem sempre a violência deve ser a primeira opção na hora de abordar um cidadão. Acredito que o que aconteceu nos Estados Unidos umas semanas atrás em Ferguson e New York devem servir como exemplo aos oficiais que as pessoas não vão tolerar uma força policial que aplique a força porque ela se sente ameaçada.

Um oficial de polícia deve inspirar confiança na cidade, não exatamente o contrário.

As vezes, assistindo os jornais, penso se não estamos criando uma cultura de violência. Justificamos os ajustes de contas porque assim vão se acabando os bandidos, quando na verdade criamos uma escalada de violência sem medida.

Lembro de uma reportagem bem antiga (foi no meu período de seminarista) de vários jornalistas que foram para as favelas do Rio de Janeiro, para ver a vida dos bandidos e traficantes lá. E era de arrepiar como as ações policiais geravam mais ódio na população de traficantes. Crianças eram ensinadas a atirar contra policiais, e os chamavam dos "maus".

Sei que é um caso extremo, mas quantos inocentes foram mortos nos confrontos?

E eu não vou entrar a falar do meu país, porque o assunto fica extenso por causa da violência que tem na Venezuela.

Mas, se a situação amerita uma incursão armada, pois que seja bem planejada para evitar o mínimo de baixas na população civil e inocente. Mas nem sempre é assim.

Não vou dizer como deve ser feito, porque eu tenho certeza que se o instrutor estivesse na hora daquela abordagem, com certeza teria dado uma bronca aos policiais por uso de armas quando não havia necessidade.

Pensando em alternativas

A cultura violenta é uma consequência de uma educação mediócre e insuficiente. E que muitos problemas nas sociedades carentes podem ser resolvidos a longo prazo se os governos, sociedade civil e a empresa privada se unirem em função de estabelecer programas de desenvolvimento sustentável e educação. Envolvendo saúde, esporte, recreação, e educação.

Educar, não matar.

Formar, não destruir.

Repensar no modelo das cárceres que temos, que ao invés de reformar o detento para o bem da sociedade, se transformam em verdadeiras universidades do crime. Uma educação visando o ser se torna necessária, não somente ensinando-o a trabalhar, mas dando apoio emocional e espiritual, tentando descobrir as causas que levaram o indivíduo ao crime, e dando ferramentas que o ajudem a sair desse estado de miséria.

Humanizar as favelas, melhorando as condições de vida deles. Embora, em muitas situações, a saída seja deslocar as famílias por causa das condições do terreno (solo, fontes de água, possibilidade de desabar, etc.)

Por isso, devemos todos dar o nosso melhor. Vamos entrar na ação, e não simplesmente na retórica das palavras, sejamos agentes de mudança, da paz e do progresso da nossa cidade. Os nossos filhos merecem isso. Lutemos pela esperança!

E que Deus nos ajude.

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